Um olhar diferente para a informação

Estamos voltando

Depois de muito tempo afastado, quase dois anos e meio, o Blog do França está voltando. De olho na notícia. Aguardem novidades.

Abraços

O preço da liberdade

Há alguns anos li um texto de auto-ajuda que falava sobre a importância de dar valor ao que temos, ou melhor, ao valor que nós damos as coisas que perdemos. O texto dizia mais ou menos assim:

– Quer saber o preço de um amor? Pergunte a alguém que foi abandonado.
– Quer saber o preço da sua saúde? Pergunte a alguém que está muito doente.
– Quer saber o preço da liberdade? Pergunte a alguém que está preso.

Pergunte a alguém que está preso. Hoje essa frase ficou martelando minha cabeça e decidi fazer dela o meu retorno ao Blog, depois de três meses.

Passei a manhã desta terça-feira, 16 de setembro, no Tribunal de Justiça do Estado para cobrir o julgamento de 10 acusados de matar um agente da Polícia Federal em dezembro de 2002, na cidade de Almerim, oeste do Pará. Mas não é exatamente sobre o julgamento que quero falar, e sim as circunstâncias que me vieram a cabeça.

Depois de dois dias e mais de dezesseis horas de julgamento a sentença foi a seguinte: sete absolvições e três condenações. O resultado teve apoio até da promotoria que afirmou que o processo estava cheio de erros e por isso os sete réus precisavam ser libertos.

Mas agora é que vem o motivo deste post. Entrevistando um dos absolvidos ele disse:
– Fui preso injustamente, não pude ver meu filho crescer… (choro)…

Seguida dessa frase incompleta e que ao mesmo tempo disse tudo, veio um abraço na mãe que também chorava. Neste exato momento veio a frase: Quer saber o valor da liberdade? Pergunte a alguém que está preso.

Imagina o que é estar preso, injustamente (o que foi provado e reconhecido até pela acusação) durante quase seis anos, privado da liberdade, de ver o filho crescer, de poder ir e vir sem estar algemado ou dentro de um camburão.

Aquele choro, aquele abraço tinha pelo menos cinco anos de atraso, cinco anos de angústia.
Imagine o que é ficar preso por todo esse tempo e você sabendo que é inocente. Ao pensar nisso naquele momento, confesso que minha cabeça entrou em desespero.

Faz muito tempo que eu não apareço por aqui, mas garanto que estou tentando fazer com que essa ausência se torne coisa do passado.

O post de hoje não poderia ser mais especial, o motivo é muito especial. O dia 21 de junho marca um momento de mudança na minha vida profissional, foi exatamente nesta data que entrou no ar o Blog do França. Como diria a Xuxa: “hoje é dia de festa e alegria”.

De maneira direta, em um ano o Blog do França teve 14.426 visitações em mais de 6 Estados e 35 cidades no Brasil e em mais 7 países. Até então foram feitos 333 comentários em 43 matérias, uma média positiva. As informações são do WordPress e Google Analytics.

Mas gostaria de fazer algumas comparações daquilo que mudou em um ano. Primeiro, fala das coisas que melhoraram ou tiveram crescimento. O Blog do França, por exemplo, melhorou com o passar do tempo, com a benção de algumas pessoas importantes.

Minha condição financeira também teve uma melhora expressiva em um ano, uma das coisas bem bacanas que aconteceram. Em um ano também me formei jornalista.

Quem ficou bem na foto no período foi o mosquito da dengue. Vejam só. Em 2007 ele era uma ameaça de surto, hoje ele tem uma cidade inteira, o Rio de Janeiro. A dengue foi um sucesso nesse período.
Resumindo, posso dizer que o último ano fez muito bem para mim, meu bolso, meu Blog e para a dengue.

Agora vamos ao que se manteve estável. O trânsito em Belém que já era uma porcaria agora fica oscilando entre porcaria em nível 5 e 4, algo normal para a capital paraense.

O Paysandu (meu time) que tava mal, permanece assim, para minha tristeza. Só não caiu de divisão porque já estava no fundo do poço, ou seja, não tinha como piorar, graças a Deus.

Trocando em miúdos, o ano manteve praticamente o mesmo para o trânsito nosso de cada dia e para o glorioso Papão da Curuzu.

Agora esses 365 dias não foram positivos em algumas áreas.

Por exemplo, para a polícia paraense esse tempo mudou um pouco os papéis. Hoje em dia muitos policiais já alertam as pessoas para que tenham cuidado quando entrarem em determinadas áreas de Belém. Eles dizem mais ou menos assim:

– Olha, toma cuidado quando entrar aí, tá muito perigoso.

Eu enlouqueci os as coisas estão todas por conta do c…..? Sem dúvida a segurança pública piorou e muito no Pará.

Par fechar a safra de pioras, o Leão do Remo agora mia. Ano passado tava naquela, cai, não cai, cai, não cai. Caiu bonito para a terceirona.

Melhoras, estabilidade e decadência, um ano fez muita diferença. E pra você como foi?

Amigo fura olho

No início da semana mencionei a bendita música do Latino, não sei se é o caso de clamá-la de música, mas o que desperta a atenção é a “profundidade da letra” e da história do material. Confesso que à primeira vista a música é esdrúxula, mas acredito ter sido a maneira mais louca de se mostrar o que acontece num relacionamento de casal ou de um triângulo amoroso.

A música funciona como uma espécie de diálogo entre dois amigos numa mesa de bar e o nome não poderia ser mais sugestivo: “amigo fura olho”. Sinta o drama.

(Amigo 1)“Quando as coisas têm que acontecer, elas simplesmente acontecem e a gente tem que compreender…Amigo é uma loucura, eu tô vivendo uma aventura castigada pelo amor. Um labirinto sair de onde o medo se converte em tanta dor. Vivo um triângulo”.

(Amigo 2) Amigo a relação com a minha mina nunca foi espinho e flor. Mulher perfeita toda uma beleza meiga luz do Arpoador e a minha vida tem cor, tem cor…

(Amigo 1) Amigo ela só quer me encontrar escondida alimentando esse amor. Mesmo sabendo que no fundo tenha dono quero ser seu protetor, vivo um triângulo.

(Amigo 2) Irmão, tu tem que lutar por amor

(Amigo 1) Não me aconselha isso por favor

(Amigo 2) O marido dela não manda em seu coração

(Amigo 1) Você não sabe um terço dessa confusão

(Amigo 2) Minha mina e eu somos felizes mas há umas matrizes, sei o que é o amor,
por isso te entendo, ela tem compromisso e você tem tem temor. Não desista amigo!!

(Amigo 1) Amigo ela já sabia que era loucura toda essa pegação, mas é que a carne falou bem mais alto que a nossa razão, vivo num triângulo

(Amigo 2) É o que eu falei
Se existe verdade esse sentimento tem que vencer e o marido dela querendo ou não terá que entender, alguém tem que perder.

(Amigo 1) Aí, irmão, a parada é entre nós. De amigo pra amigo, amigo de verdade conta tudo. Vou te dar uma idéia, amigo, foi mal, a minha atitude foi irracional.
Insistiu animal fora da lei, tanta tentação que eu não agüentei.
O papo é reto eu não vou te enganar, estou arrependido e não dá pra voltar
Amigo, perdão, faça o que quiser, mas eu te confesso, eu peguei tua mulher

(Amigo 2) O quê?

(Amigo 1) Saí com a tua mulher! Eu saí com a tua mulher!

(Amigo 2) Que Deus te perdoe, eu não vou perdoar
Em momento algum se pôs no meu lugar
Já que tudo era mentira quando ela me dizia que ía pra Maresias
Viajar com sua amiga me enganou
Você e ela numa cama fazendo amor
De Ilha Bela a Salvador quantos lençóis ela sujou
Desprezou nós dois

(Amigo 1) Amigo, quem mais sofre com tudo isso sou eu
Perdi um amigo pro fantasma da tentação
Perdão…

Até parece Nelson Rodrigues. Imagina só a situação, o teu amigo te convida pra um bar e começa a dizer de uma paixão enlouquecida por alguém e no final das contas esse alguém é a tua namorada, ou vice e versa. O pior de tudo é que a paixão já tem resultados que no mínimo deixam galhardas na cabeça alheia.

Mas a frase que diz muito e ao mesmo tempo não diz nada é quando o amigo traído, desolado pergunta: “quantos lençóis ela sujou?” É o tipo da informação inútil que só faz aumentar ainda mais o sofrimento.

Agora vai a pergunta? Você já furou o olho de algum amigo seu? Ser amigo fura olho é uma situação complicada, a primeira coisa que se perde é o amigo.

Mas pensando bem, existe algo pior do que ser um fura olho, é ter o olho furado por um amigo.

Veja abaixo o Clipe “Amigo fura olho”

Bom final de semana e bom dia das mães.

Depois de um longo e tenebroso inverno, o Blog do França está de volta, na verdade, depois de um mês. Um espaço de tempo muito longo para um Blog que se propunha a ser exatamente o contrário.

Depois da autocrítica, esse tempo afastado das letras e palavras foi de pouquíssima inspiração e muita chateação, mas isso, ainda bem, não importa. O que vale é que estamos de volta.

Nesse tempo em que mais observei do que falei, muita coisa aconteceu. Um padre sumiu, uma criança caiu, o Lula subiu, a terra tremeu e o trânsito mudou… É, muita coisa aconteceu em pouco tempo. Ah! Eu também fiz aniversário, meu 23º, no último dia 2.

Dias antes da data comemorativa, inicie uma enquete que me deixou um tanto intrigado com o jeito que tenho levado a minha vida. Conversei com pessoas bem mais experientes que eu e perguntei o seguinte:

– Quando você tinha 23 anos, o que você fazia da vida? O que pensava dela?

As respostas variavam de palavras, mas não de idéia. Todos foram unânimes em falar que com 23 anos a fase era de muita curtição, viagens e outras coisas mais que não posso tornar-las públicas, mas enfim, a idéia era de muita perdição.

Outra coisa que identifiquei foi a falta de preocupação que as pessoas tinham com o futuro. A expectativa de vida não era a do trabalho e sim de quantas pessoas se encontrariam no bar na sexta-feira seguinte.

Assim, as pessoas aproveitaram demais e hoje estão, digamos, “quietas” e bem de vida. Será que essa é a fórmula? Ou essa fórmula só dá certo para alguns? Ser muito certinho agora é bom ou como diria uma amiga: é estranho?

Das muitas coisas da vida que eu ainda não entendo, essa tem começado a ganhar padrões de preocupação em nível cinco, mas eu ainda tenho 363 dias dessa 23ª idade pra confirmar o que me disseram ou reescrever outras coisas. Quero ver onde isso vai chegar.

Nesse domingão, 04 de maio, pensei que coisas malucas já haviam chegado ao seu limite, mas eu estava errado. A conclusão é de que simplesmente temos muitos gênios na sociedade que não vão deixar de perpetuar pérolas como a música “Amigo fura olho”. Se você não tiver nada, nada mesmo pra fazer, escuta aí. Na quarta escrevo sobre essa obra prima histórica.

AMIGO FURA OLHO (demora um pouco pra começar)

Bom início de semana.

teste

F1 e as sabotagens da vida

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Decidi escrever este texto em plena madrugada de Páscoa, logo depois do término do Grande Prêmio de Fórmula 1 disputado na Malásia. Tem coisas na vida que só valem a pena se você gosta muito, F1, na minha vida, vale o esforço de acordar 4 da madrugada para assistir a uma corrida no mínimo decepcionante.

Mas não é bem sobre a corrida que eu quero falar, na verdade, poucas pessoas que conheço gostam de corrida de automóvel, mas quero utilizá-la para falar sobre sabotagem.

A disputa de agora a pouco é um exato retrato da nossa vida no cotidiano. Vejam bem. Imagine um momento seu de empolgação, pura motivação. Dessa maneira você tem chances de vencer, de se dar muito bem em qualquer coisa que faça. Sendo assim, você é o Felipe Massa na largada de hoje. O brasileiro estava motivado, fez uma volta voadora e largou em primeiro lugar na Malásia.

Tudo lindo, tudo muito beleza. A motivação crescendo, todos os seus “adversários” para trás, nada segura você. O trabalho que está desenvolvendo é fantástico, tudo sai como no figurino, é só uma questão de conduzir bem as coisas e não deixar que nada de mal entre na tua reta. Parece difícil? É muito mais que difícil. É uma pressão violenta, e o pior, você não sabe de onde ela vem.
Eis que de repente, quando seu trabalho está no ápice do sucesso (pessoal ou profissional) inicia um processo de conspiração, o que você pode chamar de conspiração do silêncio ou a conspiração sem rosto. O pior, ela, a conspiração, age na surdina, quando você precisa recarregar as baterias. Você pára, mas seu “colega” também precisa parar. Você volta, o “outro” também retorna. A ordem natural das coisas indica que você deveria retomar seu trabalho de sucesso, mas não é bem assim que acontece. Seu “rival” passa a frente, inexplicavelmente, subterraneamente e você fica… Não fica.

Isso aconteceu com o Massa, isso aconteceu na Fórmula 1, isso pode ter acontecido com você, já foi comigo.
Mas não pára por aí. Para fechar toda a confusão, a sua situação que já era complicada começa a se deteriorar ainda mais e um pequeno deslize, erro que não se sabe se foi exatamente seu, muda toda a história, ou melhor, deixa-o sem história, pelo menos temporariamente.

Em outras palavras, nossa vida, assim como na Fórmula 1, é marcada por tentativas de sabotagem, principalmente no trabalho, e essa sabotagem não tem cara, nome, mas conta com um coração podre. Felipe tinha a corrida na mão, mas a Ferrari decidiu mudar a história. Quem o fez? E com você, tem alguém tentando fazer a mesma coisa?

Feliz Páscoa.

Norte não é com M

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Viajar é, sem dúvida, um dos maiores baratos da vida. Mas a mesma viagem pode trazer revelações frustrantes daquilo que a gente aprende a vida inteira na escola e custa acreditar que isso realmente aconteça. Vocês já entenderão porque.
Neste final de semana estive em Porto Alegre, capital do Rio Grande do Sul, a trabalho. Nos poucos momentos de folga pude conhecer alguns pontos da cidade. Mas o que motivou essa nova matéria do Blog do França não é o que vi (a cidade é bonita), mas o que ouvi.

“Vocês andam de canoa por lá?”. “Existe alguma coisa em Belém?”. Essas foram algumas das pérolas que tive que ouvir por lá.
No exato momento em que ouvi esse tipo de comentário, lembrei das aulas de geografia e os inflamados comentários dos professores afirmando que nós (paraenses, do norte), precisamos defender nossa terra e nossa cultura.
Com espírito de visitante, expliquei que nós não andávamos em canoas na cidade, que tínhamos muito mais que a floresta amazônica e minérios.

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Esse tipo de situação mostra, cada vez mais, qual é a visão que o povo do centro oeste pra baixo tem do povo do norte e nordeste do Brasil. Boa parte pensa que as regiões fazem parte de uma só.

E o que mais impressiona é que eles reproduzem esse pensamento de maneira mais natural possível, não por maldade (não percebi isso), mas exatamente pela falta de conhecimento, de saber que Belém e a Amazônia têm mais a oferecer.
Existem duas parcelas de culpa. Uma é da mídia que só reproduz aquilo que não presta das regiões norte e nordeste, a outra é nossa mesmo, por permitirmos que isso aconteça e também por deixarmos que a nossa história boa se apague e se perca dentro de tantos fatos ruins.

“Aqui a gente toma guaraná quando não tem coca-cola…. A culpa é da mentalidade criada sobre a região, porque que tanta gente teme? Norte não é com M”. Trecho da canção, Belém-Pará-Brasil, da banda Mosaico de Ravena, escrita há mais de 15 anos, mas com a letra bem atual.

Esse texto, de maneira alguma, vai contra o povo gaúcho, por sinal, eles me receberam muito bem, mas apenas para refletir o quanto nós paraenses ou de qualquer Estado da Amazônia somos mais conhecidos, de maneira pejorativa, como o povo do norte, quando na verdade, também somos brasileiros.

Oh festa cara!

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Quantas e quantas vezes você, que mora em Belém, reclamou da “pobreza” do carnaval da capital paraense? Lembra a cena? Você assistindo ao noticiário local e as imagens mostravam a carência nas alegorias e carros das escolas de samba, claro, se comparados aos do Rio e de São Paulo.

Eu mesmo, inúmeras vezes, já disse: “O carnaval de Belém é uma porcaria. Carnaval de verdade é o do Rio”. Pois bem, arrependo-me profundamente do que disse. Faço isso depois do que vi e li nas publicações e matérias desta terça-feira de carnaval (05/02/08).
A matéria (Tv Record) fazia uma prestação de contas do carnaval da cidade maravilhosa e fiquei diante de uma estarrecedora verdade. A folia de Momo para, e somente para, os desfiles das escolas de samba dos grupos de acesso e especial do Rio, custaram nada mais que R$ 22 milhões de reais aos cofres públicos.

Fazendo aquelas comparações de matéria de prêmio da mega-sena, com os R$ 22 milhões de reais do carnaval, daria para comprar 440 casas (ao valor de R$ 50 mil, cada), além de 1.100 unidades de carros populares. Em outras palavras: um dinheirão.
Mas o objetivo desta matéria não é para falar sobre o que poderíamos comprar com o dinheiro do carnaval do Rio de Janeiro, mas fazer uma comparação, guardada as devidas proporções, com o nosso carnaval tupiniquim.
De acordo com a assessoria de imprensa da Funbel (Fundação Cultural de Belém), o carnaval da cidade das mangueiras e seus distritos, custou ao tesouro do município algo entorno de R$ 1 milhão e 200 mil reais, ou seja, o carnaval do Rio de Janeiro é quase 19 vezes mais caro que o de Belém.

Valores altos e desnecessários? Na minha forma de ver, sim. Mas não é essa discussão que quero propor. Será que com um pouco mais de brilho nas contas bancárias das escolas de Belém o número de componentes passaria dos atuais 1.500 (em média) para mais de 4 mil, como no Rio. Com um pouco mais de investimentos, nossos carros alegóricos seriam maiores e realmente bonitos?
Tudo bem, o Rio é bem maior que Belém, recebe muito mais turistas e por isso, demanda de maior investimento, mas é muito dinheiro.

A grande verdade é que R$ 20 milhões e 800 mil reais fazem a diferença em qualquer festa, ou melhor, fazem diferença em qualquer lugar que sejam investidos.

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Clique na imagem para vê-la ampliada.

Bom retorno do carnaval a todos.

Sorte ou azar?

Belém estava, digamos, pegando fogo no domingo passado (27/01/08) tudo por conta de duas situações. A primeira, que já se arrasta há algum tempo é a dos vendedores ambulantes na Avenida Presidente Vargas, o que tem provocado a interdição da pista há algum tempo e vem causando muita dor de cabeça em quem precisa passar por ela.

Mas a situação que motivou-me a escrever esta matéria (a primeira, no Blog do França, depois de formado em jornalismo), foi, sem dúvidas, a notícia do assalto com refém que aconteceu na capital paraense. A história foi divulgada em todo o Brasil e em vários países. Quem assistiu ao noticiário (qualquer que seja) viu a cena: o bandido segurando uma arma fazendo um homem de refém e a polícia cercando a situação.

O meliante dispara um tiro contra a polícia e um dos policiais que estava no caso revida o disparo e é exatamente neste momento que vi uma das cenas mais bizarras da minha efêmera carreira de jornalista: o policial, que não recordo o nome, ao reagir o tiro do meliante, pareceu estar tão nervoso quanto o assaltante e pior, parece ter esquecido que bem entre ele e o bandido estava um refém. Olhando a imagem com cuidado e uma preocupante atenção, dá para perceber que o policial dá uns passos desencontrados e ao efetuar os três disparos colocou em risco sua própria vida e a vida do cidadão. Na dança da morte a fivela do sinto salvou a vida do policial.

Imagens: Tv Bandeirantes/ Brasil Urgente 28/01/08

Ainda bem que ninguém morreu, porque se isso tivesse acontecido, problemas mais sérios aumentariam a lista negra da segurança pública no Estado.

Não quero ser prepotente em minha análise, mas conversei com várias pessoas durante o dia e percebi que elas tiveram a mesma impressão que a minha. A polícia, que toma conta de uma operação delicada como é um assalto com refém, precisa estar com os nervos sobre total controle para poder negociar, não foi isso que aconteceu. Ao primeiro disparo do assaltante o policial foi logo respondendo à bala e a menos de dois metros de distância. O policial não acertou nada, ou melhor, apenas chão e parede. Teria sido de propósito? Mas quem em sã consciência está a menos de dois metros de distância de um criminoso armado, atirando e não tenta acertá-lo.

– Mas havia um refém. (Pode dizer alguém).

Então o policial não poderia estar ali. As imagens mostram muito mais do que uma ação desastrosa, fazem levantar a pergunta: será que a nossa polícia está preparada para proteger? Por que revidar tiros se existe refém utilizado com escudo humano?

Por fim, gostaria de lembrar uma coisa que não consegui identificar nas matérias que assisti nas emissoras de tv. A fivela do sinto que salvou o guarda se tornou mais importante do que ouvir ou saber se o refém estava bem depois que ficou no meio de um fogo cruzado tentando se esquivar da mira de uma arma e de pelo menos 3 tiros.

Imagens: Tv Bandeirantes/ Brasil Urgente 28/01/08

Isso sem contar que o assaltante teve tempo, até, de trocar de refém. Sorte ou azar?

Você esperaria?

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Olhar para o monitor e saber que está chegando a hora de ir embora

Para quem já conhece o Blog do França, sabe que as matérias publicadas neste humilde espaço são referências daquilo que me chama atenção no dia a dia, trabalhando ou não. A matéria de hoje é, sem dúvida, um daqueles dilemas que todo mundo ou quase todo mundo deve passar na vida um dia, acredito que a minha hora ainda estar por vir.

Por motivos óbvios, a história que vou contar nas próximas linhas não terá os nomes de seus personagens reais, para preservá-los. Vamos lá então. A história se resume a três personagens: Felipe, Luana (o casal) e dona Florinda (a sogra de Felipe).

Luana e Felipe já são namorados há pouco mais de um ano, eles realmente se amam. Mas nem tudo é perfeito, a mãe de Luana, Dona Florinda, não gosta de Felipe porque ele reúne os 2 p’s: preto e pobre.

Influenciado pela adorável namorada e sogra ele começa a freqüentar uma nova religião. Felipe começa a se envolver com os trabalhos missionários desta nova instituição religiosa e começa a traçar planos pessoais lá dentro, entre eles o de sair de Belém, o que acabou se concretizando. No final do mês de novembro, Felipe recebeu o conhecido como “chamado” para uma missão de duração de dois anos em uma capital na região centro-oeste do Brasil.

Tudo ia muito bem até a sogra começar a estragar tudo. Dias antes da viagem ela chamou Felipe e Luana para uma conversa franca. Segundo relatos do próprio Felipe, a história foi mais ou menos assim:
– Felipe, Luana, quero falar com vocês!
– Diga mãe.
– Fale minha sogra.

Dona Florinda respira fundo e começa a disparar.
– Felipe, eu quero que você termine agora seu namoro com a minha filha.
Silêncio durante alguns segundos acompanhado de rostos de perplexidade. Logo depois ela continuou…
– Você vai ficar dois anos fora e eu não quero que ela fique lhe esperando, ela é muito jovem ainda, precisa conhecer outros rapazes.
Dá pra imaginar a cena né?

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Este foi o exato fim do namoro, mesmo contra a vontade do casal. Mas como desgraça vem acompanhada, no tempo em que Felipe estiver em missão no outro Estado, não poderá fazer nenhum tipo de ligação telefônica para a família ou qualquer pessoa que seja. Só poderá falar com mãe no dia das mães e no natal, no resto só poderá escrever cartas e mandar email. Nada de orkut ou msn (muita gente morreria por conta disso).

Eu tive a oportunidade de presenciar a última cena do casal no aeroporto, e claro, a sogra, cara de pau, estava lá fotografando tudo. Não houve beijo, o que teve foi apenas um cafuné e uma troca de olhares.

Ao tentar consolá-la, falei ao pé do ouvido, durante um abraço:
– Se você achar que vale a pena esperar, espere. Se você achar que deve, espere.
Ela não disse nada, o que senti foi sua cabeça balançando em meu ombro em sinal positivo.

Voltando pra casa pensei em algo que martela até hoje e é mais ou menos assim: Na nossa vida são poucas as pessoas que realmente valem a pena, pouquíssimas e por elas ou por ela, vale a pena esperar, que por toda a vida….. Bem, é o que penso.

Solidariedade do copo

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Essas festas de final de ano me fizeram perceber situações interessantes, mesmo não sendo novas despertam curiosidade.

Beber é um negócio meio doido. Eu mesmo tiver minha primeira e única experiência alcoólica no dia 20 de janeiro do ano passado (2007). Até hoje não consegui definir exatamente qual é a sensação, mas prefiro não testar mais, eu bebia cerveja como se fosse água…. A história de que direção e bebida não combinam é verdade.

A primeira coisa que parece é que todo mundo que está bebendo é meio rico, isso porque eu só via trazerem mais cervejas e mais, cada vez mais, até eu fui responsáveis em pegar algumas para abastecer a mesa. É de se ficar pensando: se cada cerveja custa em média R$ 2,00, em um grade vem 24 garrafas, logo, uma grade custa R$ 48,00. Considerando, ainda, que a moçada bebe demais, são compradas umas 10 ou 15 grades (para uma festa), e que custa uma bagatela de R$ 720,00, isso tudo para ir parar no banheiro de 20 em 20 minutos e outra, lá em casa esse dinheiro todo dá um belo supermercado.

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Mas o que chamou a atenção é a solidariedade que existe entre os integrantes de uma rodada de birita. O papo vai rolando, descontraindo e os olhares, de todos na mesa, sempre se voltam para o copo, uns dos outros, olhares piedosos e atentos para saber a medida da bebida no copo alheio. O mais interessante e perceber que assim que o copo do parceiro de mesa está vazio, sem mudar o timbre da voz e mesmo sem olhar para o que está fazendo, mostrando uma certa habilidade para tal fato, enche o copo do companheiro. O zelo é muito grande com o copo do outro.

A situação é inusitada para quem fica prestando atenção, é o que batizei de solidariedade silenciosa. O assunto cerveja só toma a atenção da conversa quando ela acaba no congelador e alguém vai precisar comprar mais na mercearia da rua ou no supermercado.
Pelo menos nesse momento muita gente é solidária.

Jornalista por formação

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Capa do trabalho apresentado no dia 5 de dezembro

Já fazia um bom tempo que eu não escrevia no Blog, o motivo era especial: finalização do TCC, ele me consumiu bastante. De lá pra cá já se passou algum tempo, o suficiente para mudar a cara do site.

Acredito que cada um tem suas próprias metas a serem superadas, bem como a superação das dificuldades, mas no dia 5 de dezembro vivi um misto dessas duas situações.
Pouco depois das 4 horas da tarde entrei no estúdio de tv da Universidade da Amazônia, não para mais uma aula e sim para apresentar um dos trabalhos mais importantes de toda minha vida (mesmo nos meus poucos 22 anos de existência), entre no estúdio para apresenta meu TCC.

Estava 90% ansioso e 10% com medo ou então exatamente o contrário, 90% com medo e 10% ansioso.

Olhava para o rosto conhecido de minha família, de amigos, colegas e ex-colegas de trabalhos, desconhecidos que naquele instante se tornaram os mais íntimos. Todos estavam em silêncio e atentos as palavras que dizia. No estúdio onde eu, o Márcio e o Nilson (meus amigos de TCC) nos apresentamos, eram 27 pessoas mais as duas professoras da banca (Ana Prado e Ivana Oliveira) que nos observavam. Nunca eu havia prestado tanta atenção nas palavras em que eu mesmo dizia, a sensação que tinha era de que cada uma fazia parte de uma orquestração final de um espetáculo em encerramento de temporada.

Assista ao vídeo apresentado no TCC

Ali, diante de pessoas queridas e sentindo a ausência de outras, sabia que era o momento derradeiro, sabia que o ciclo estava finalmente se fechando.

Depois que apresentamos o vídeo e a professora Ivana começou a fazer as considerações finais sobre o nosso trabalho apontando alguns erros e possíveis melhoras para o futuro, ela, dedicou boa parte dos seus 10 minutos para dizer palavras de incentivo para nós três, palavras que, assim que tocaram na ferida me fizeram chorar, chorar diante da mesma platéia que há bem pouco tempo nos ouvia falar.

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Uma grande verdade

Quando parei para pensar na minha vida, que passou inteira em minha cabeça na noite anterior, lembrei de 3 ensinamentos. O primeiro da minha mãe que sempre me dizia e ainda continua dizendo – “aconteça o que acontecer faça sempre o bem para os outros”. O segundo da doutrina católica (que não é só dela) – “perdoe sempre” – e a terceira da doutrina espírita – “nada acontece por acaso, nenhuma vírgula será esquecida”.

O que vai pesar para mim não é o título de jornalista, título não é nada, absolutamente nada, mas o que vai valer é o que eu fiz e o que fizeram por mim para que eu chegasse até aqui.
Muito obrigado àqueles que acreditaram, acreditam e vão continuar acreditando em mim.

Mãe, Mano, Madrinha, Padrinho, professora, Jegue Fino e Jegue magro. MUITO OBRIGADO.

Teste de vídeo

Blog do França no G1 – Parte 2

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Matéria publica no G1 de 06/11/07

Cinco dias depois de ter emplacado a minha primeira matéria em jornalismo on-line em site nacional, outra grata surpresa aconteceu na manhã desta terça-feira (06/11/07). Logo depois de retornar para a redação da assessoria, fui conversar com meu amigo, Tiago, pelo bate papo do gmail. Depois das saudações de bom dia ele falou que havia gostado da matéria.
– Matéria? Que matéria? (imaginei)

Confesso que no momento pensei que ele ainda estava se referindo a matéria do incêndio publicada na semana passada, mas depois que caiu a ficha, aquele sorriso de felicidade tomou conta de mim.

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Exato momento em que descobri sobre publicação da matéria

Desta vez, a matéria publicada no G1 foi sobre realização do “Sesi Teatro de Bonecos” no último final de semana, no Hangar Centro de Convenções e Feiras da Amazônia, em Belém.
O que causou espanto é que mandei a matéria no final da manhã de domingo (04/11/07), portanto, dois dias atrás, já estava sem esperanças de vê-la publicada. O problema todo foi que, mandei a matéria quase que no mesmo horário do acidente com o avião, em São Paulo. Imaginem para que matéria eles deram preferência? É preciso paciência.

O detalhe interessante é que nada a gente consegue sozinho nessa vida, ou como diz uma amiga: “viver é a arte de multiplicar felicidades para dividi-las com alguém”.

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As duas matérias juntas

Eu não teria feito a matéria se o meu amigo, Tiago Chaves, não tivesse ligado para falar sobre a programação (que por sinal, ele estava fazendo assessoria de imprensa), quer dizer, sozinho nós não somos nada. Além de dá a dica da matéria, ele ainda conseguiu a foto. Valeu, Tiago.
Da mesma forma aconteceu na semana passada. Já havia escrito o texto sobre o incêndio no supermercado, mas ainda não tinha nenhuma foto para mandar, eis que surgiu na sala o salvador da pátria, Marcelo Sundin, dizendo:
– Cara eu tenho um furo de jornalismo pra ti.
– O que é?
– Tenho imagens do incêndio do Líder.
– Cara, “bora” manda pro G1?
– Beleza. Dá uma olhada….
(vendo o vídeo)
– Cara, ta perfeito, vou mandar agora.

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E poderia ser diferente?

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As vezes eu fico me perguntando se acham que temos cara de idiota. Na última terça-feira (30/10/07) o Brasil foi oficializado como sede da Copa do Mundo de 2014. Algo muito bom para o país.

O problema de tudo é que fizeram um suspense danado, como se o Brasil tivesse chance de não ser a sede da copa. O país era o único concorrente, era o Brasil contra o próprio Brasil, se perdesse para ele mesmo seria muito estranho, não haveria copa.

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Pior que isso, foi o suspense que o presidente da Fifa, Josefh Blater, fez para mostrar o nome do país escolhido. Imaginem só: o presidente do Brasil, ministros, muitos governadores estaduais (entre eles a Governadora do Pará, Ana Júlia) e o Romário como embaixador e o Dunga, todos reunidos e na hora de mostrar o país escolhido aparecesse o nome da Argentina, pelo amor de Deus, ninguém é tão tapado assim, querem fazer mistério para uma coisa que todo mundo já sabe.

E Belém?
A capital paraense apresentou projeto para ser uma das cidades-sede da Copa 2004, isso todo mundo já sabe. Em algumas matérias publicadas na imprensa apontam uma possível disputa entre Belém, Amazonas e o Acre para ser a única cidade-sede no Norte do país.

Percebi uma coisa que pode ser preocupante. Durante a cerimônia de oficialização do Brasil, uma das pessoas que falaram foi o Governador do Estado do Amazonas, Eduardo Braga. Não sei se é coisa da minha cabeça, mas acredito que isso pode ser um indicativo de que Manaus está a alguns quilômetros a frente de Belém (caso seja escolhida apenas uma cidade no Norte), tinha que ser logo o Governador do Amazonas a falar? Além deste detalhe, outro ponto que pode ser considerado é a questão de que em Manaus já está sendo feita uma campanha de que a copa por lá teria um caráter muito mais ecológico. Assim é pesado! Porá acaso o Pará deixou de ser Amazônia?

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O que deve acontecer? Quem vai ser sede? Os manauaras têm o Vivaldão, nós o Mangueirão. Eles têm a Ponta Negra, nós, intermináveis praias. Eles têm uma boa rede hoteleira, nós ainda não. Os manauaras têm (por relatos de paraenses que moraram por lá) um rixa (sem fundamentos) contra os paraenses, nós não temos problema com nenhuma descendência.
Vamos ver o que acontece.

Enquanto a berlinda passava

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Deixei para falar de Círio de Nazaré no final da festa, contrariando até amigos que me questionaram se ia ou não publicar uma matéria sobre a procissão, porque festa é boa no final. Muito bem, eis ela.

15 dias depois da procissão, as imagens ainda continuam vivas na memória, principalmente porque ela foram vistas no Círio, uma festa que por vocação é religiosa.

Logo cedo, na Boulevard Castilhos França, os promesseiros se preparavam para guardar o lugar na corda. Até aí tudo normal, o problema foi quando um rapaz, que aparentava ter seus 27 anos, chegou com uma garrafa de cerveja na mão dizendo: “pêra aí, essa parte da corda aqui é minha, ninguém toca nela não”. O cara disse isso bem perto de mim, eu devo ter tomado uns três copos de cerveja só nessa frase dele. Cambaleante ele sentou no chão e começou a chorar (quem bebe se arrepende dos pecados), pelo menos ela estava no lugar certo para rezar.

Depois que cheguei perto do altar, onde acontecia a missa, encontrei com uma turma de velhos amigos jornalistas, como sempre, conversamos e nem prestamos atenção na missa.
Quando Dom Orani (Arcebispo de Belém) levou a imagem para a berlinda, começou o corre-corre da imprensa, uns para tentar uma entrevista ao vivo ou um depoimento e outros para se posicionarem dentro do isolamento dos guardas, aí que foi o problema. Os guardas não liberaram a entrada, a procissão saiu sem que os jornalistas estivessem dentro do isolamento principal.

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Os primeiros duzentos metros de procissão foram rápidos, mas sem dúvida, foram os mais apertados da minha vida. Imaginem a cena: eu deste tamanho minúsculo sendo suspenso do chão e carregado. Entre os empurrões era comum se ouvir: “aí meu pé c……. ou então, eu vou morrer p………. Quando não eram os jornalistas reclamando, eram os homens do exército que diziam: “empurra essa p……… se não vai f…….. com a procissão”.

Bem perto do ver-o-peso uma cena mais que inusitada. Uma repórter fotográfica tentou entrar na área de isolamento, mas um guarda da santa impediu a passagem, pra quê? A mulher começou a gritar, se descabelou, quase esfrega o crachá na cara do guarda e ele não deixou. Nessa hora, os guardas aceleraram o passo e a fotografa tentou, num ato desesperado, entrar no isolamento, sem sucesso novamente. Diante da situação, ela incorporou o espírito Mick Tyson e começou a morder o braço do guarda, fiquei tão leso que nem me mexi. O guarda-vítima não podia fazer nada porque estava com os braços dados com os outros guardas. Eis que surge um guarda que estava perto da berlinda e gritou: “Deixa ela passar, é da imprensa”, pronto, abriram as comportas do céu. Mas a história não acabou aí. Depois, não satisfeita com o acesso, correu até as costas do guarda que a barrou e “deferiu” (profundo) um soco (se valendo das mãos dele estarem inutilizadas, no momento, para uma reação), fez até barulho. Tudo isso sob os olhos da padroeira.

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Na Avenida Presidente Vargas, um vendedor de cerveja gritava: “olha a cerveja, geladinha e hoje vem até com a benção da santa. É pra levar”. Fui falar com ele a respeito da lei seca que estava vigorando por conta do círio, pontualmente me respondeu o seguinte: “as pessoas tão mais bebendo do que rezando”, pronto, foi o suficiente para eu seguir meu caminho.
Por fim, o brega rolava solto nas esquinas por onde a procissão passava, as músicas eram as idéias para a ocasião: “quem vai querer a minha piriquita?”, “chupa safadinha, mete o pau e mete a máquina”.

É, na festa do Círio de Nazaré são mais de dois milhões de pessoas, mas muitas delas em festas paralelas e tudo acontecia enquanto a berlinda passava.

Altíssima elite

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É indiscutível que a mania “tropa de elite” pegou em todo o Brasil. Em Belém, não poderia ser diferente. Nas ruas, em qualquer lugar, a venda do DVD pirata do filme é a que mais sai.
O vendedor ambulante, Afonso Silva, de 28 anos que trabalha batendo perna nas ruas vendendo DVD pirateado disse que nunca vendeu tanto um filme falsificado como “Tropa”. “Cheguei a vender 45 filmes em um só dia, é impressionante a procura pelo filme. É um filmasso”, garante Afonso.

“Cheguei a vender 45 filmes em um só dia, é impressionante a procura pelo filme. É um filmasso” Afonso Silva, vendedor ambulante

Na semana passada, assistia um jornal na Rede Tv e vi a reportagem sobre a venda do filme “tropa de elite” no mercado pirata já passou de um milhão e meio de cópias. Na hora me perguntei: já estão contabilizando até a venda de DVD pirata?
E não pára por aí. Não basta ter apenas o filme falsificado, é preciso ter a segunda e a terceira versão dele também.

Andei pesquisando na internet e vi que no orkut existem comunidades (muitas) sobre o filme. Por exemplo, tem a comunidade “Eu vi tropa de elite pirata” ou então “Eu não vi tropa de elite pirata”. Já foram feitas até camisas sobre o filme pirata e estão sendo vendidas na internet.

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A história ta tão na boca do povo, que as expressões utilizadas durante o longa, são facilmente repetidas no dia a dia, exemplo, “ta com medinho 09?”, “você é um fanfarrão”. Quando não são as expressões, é a trilha sonora do filme que não pára de ser cantada: “Tropa de elite osso duro de roer, pega um pega geral, também vai pegar você”.

Confesso que já vi o filme pirata, é difícil resistir, mas a idéia principal é ir ao cinema, tem mudanças (não muito significantes) que dão um grau a mais no longa, o que de longe já é muito bom.

Um detalhe importantíssimo é que o filme foi baseado no livro “Elite da Tropa”, de Luis Eduardo Soares, Andre Batista e Rodrigo Pimentel. A obra que, por conta do filme teve até a capa alterada (no final da matéria um presente para você leitor).

Então é isso, é tropa de elite na cabeça, mas não no Oscar, quem sabe ano que vem.

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nova logo do BLOG DO FRANÇA, uma das novidades

Em exatos quatro meses, o Blog do França já tem motivos de sobra para comemorar. Criado para ser um local em que pudesse se discutir um pouco do que é ou não notícia, ele acabou sendo criticado e elogiado por muitos, por muitos mesmo. Até agora já foram, segundo o painel de estatísticas do WordPress (local onde o Blog está hospedado), 5.441 visitas até a 9h 01min do dia 21 de outubro de 2007.

O Blog do França entrou no ar no dia 21 de junho de 2007. Já foram publicadas 26 matérias, nenhuma delas deixou de ter comentários dos leitores, para criticar ou ampliar o debate. No total, foram feitos 215 comentários. A média de acessos ao Blog é de 47 visitações diárias. Vale lembrar que o Blog não é atualizado diariamente e em nenhum dia deixou de ser acessado.

Falando em acesso, o Blog do França já foi visto, de acordo com o Google Analytics, em quatros países: Canadá, Alemanha, França e Portugal. Pelo Brasil, em mais de 30 cidades, entre elas: São Paulo (SP), Bragança Paulista (SP), Niterói (RJ), Curitiba (PN), Belo Horizonte (MG), Recife (PE), Castanhal (PA), Bragança (PA), Marabá (PA), além de outras.

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Novidades pela frente

Amanhã (22/10/07) inicia-se uma nova fase, será lançado o novo Blog do França. Com o apoio de uma equipe de 4 pessoas, (Marcelo Sundin, Eduardo Motta, Marlos Batista e Antônio Mokarzel), a direção do Blog pôde ter acesso à novas ferramentas que darão ao site (Blog) mais dinamismo.
A mudança não pára por aí. O Blog terá um novo endereço eletrônico, um novo domínio (amanhã você saberá o que é isso). Seções como a fotos serão ampliadas, você vai se vê aqui.
Aguarde, as novidades virão amanhã. Um excelente domingo.