Cinema em Belém ainda significa diversão?
Luz, câmera, ação para o cinema de Belém que não morre
Que cinema é muito bom isso poucas pessoas duvidam. Mas falar de cinema em Belém, principalmente nos últimos meses tem sido uma questão um pouco delicada. A capital paraense passou por um período de fechamento de salas que pareceu que nada ia restar na cidade em termos de sétima arte.
Fazendo um rápido retrospecto, se a rede de Cinemas Moviecom não chegasse a Belém há 3 anos atrás, não teríamos mais cinemas com filmes de circuito. Problema? Bem, se olharmos para o passado, a capital possuía mais de 7 cinemas que exibiam esses tipos de filme.
Mesmo com as salas do Moviecom, Belém ainda continua carente de cinema. Carência que criou um outro tipo de práticas para a área, cresceu na cidade o chamado Cinema Alternativo. Segundo a jornalista Aline Paes, “acho uma ótima, quem dera que tivessem mais cinemas assim em Belém. Em São Paulo, só paga caro quem quer, porque cinema alternativo é o que mais tem, são filmes maravilhosos”.
Um dos principais locais dessa antiga-nova concepção é o Espaço Municipal Olímpia, que depois da polêmica do fecha não fecha, a prefeitura de Belém alugou o cinema e paga uma boa quantia em dinheiro ao grupo Severiano Ribeiro, proprietária do imóvel, para utilizá-lo. Logo que o contrato foi assinado comentou-se na impressa que o valor do aluguel seria de R$10.000,00 (dez mil reais), o que não se confirma.
Daí vem outra discussão. O cinema é pra comunidade, com filmes que não ganham muito burburinho na mídia, mas que tem uma qualidade indiscutível e o melhor, de graça ou muito barato.
Algo me chamou muito a atenção hoje. Logo ao entrar no Olímpia o ambiente era de que não haveria nenhuma sessão. Havia uma fita de isolamento na entrada principal da sala de exibição o que forçou o público entrar pelas laterais. No desvio do caminho, encontramos uma bicicleta estacionada bem ao lado de uma das portas da sala. Alguém que também entrava disse ironicamente: “ah, da próxima vez eu venho com a minha bicicleta também”. Razão ou não é um absurdo uma bicicleta, ainda por cima, velha estacionada dentro do cinema, mas esse era o menor dos problemas.
Quando o filme começou havia no máximo 30 pessoas na sala, isso errando para mais, a impressão era de vazio.
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Quem fez tanto movimento na cidade quando falaram que o Olímpia ia fechar, bem, não poderia deixar o local ficar da maneira como foi visto hoje. Para o jornalista Tiago Chaves “faltam atrativos e divulgação para o Olímpia”. Isso pode ser constatado, não há cartazes ou qualquer tipo de chamada a não ser o letreiro na fachada do espaço.
Na verdade, ainda temos cinema sim e de boa qualidade e em locais variados: Cine Líbero Luxardo, no Centur; Cine Estação, na Estação das Docas e outros mais. Basta querer faze um programa alternativo e pagar pouco ou nada, deixar de lado, mesmo que por um final de semana, os homens aranha e aproveitar uma comédia muito boa de Wood Allen. Cinema é realmente a maior diversão.
Confira aqui a programação do Cine Líbero Luxardo do Centur até domingo, dia 01/07/07