Maria da penha ou da peia?
A história a seguir não é de uma Maria, mas pode ser confundida com tantas outras que neste momento sofrem caladas aos maus tratos dos “companheiros”.
Por motivos óbvios a personagem desta matéria não será identificada, ela fica conhecida como Maria.
Há 14 anos, Maria vive com um homem que desde o início do relacionamento já dava sinais de que era uma pessoa que apresentava problemas emocionais e principalmente alcoólicos. Antes de completar o primeiro ano vivendo juntos, Maria foi espancada pelo “companheiro”. Não denunciou o fato e continuou vivendo como se nada tivesse acontecido, pois ela pensava que isso não se repetiria. “Eu sempre dei chance para ele, pensava que ele fosse melhorar”, lamentou Maria.
A melhora não veio, no lugar apenas agressividade e muitas discussões, um verdadeiro caso de polícia, na verdade, 14 casos de polícia. Esse foi o número de vezes que Maria foi até a delegacia apresentar queixas do “companheiro”, mas o pior de tudo estava por vir. Todas as vezes que Maria denunciava o “companheiro”, logo em seguida abria o coração, e no pedido de perdão do agressor ela mais uma vez dava outra chance. Segundo Maria, ela sempre voltava por medo e na chance de uma recuperação milagrosa, nada mais. “Ele vivia me ameaçando de morte, dizendo que eu era dele e de ninguém mais, eu tinha muito medo, a polícia não prendia ele e quem ficava presa era eu”, lembro Maria.
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Essas situações aconteceram quase que periodicamente, toda noite era uma discussão, pelo menos uma vez por semana uma agressão. A pergunta é inevitável:
– Por que você não se afastou de uma vez? Por que não foi embora? Por que não deu um basta?
– Eu tenho sofrido muito, não ia embora porque ele me perseguia. Ele me perseguia demais, eu não sabia o que fazer.
Maria lembra de um dos casos que ela considera o mais sofrível. “Ele gritou dizendo que eu estava com outra pessoa. Correu atrás de mim com um terçado e me feriu na cabeça, e nos seios”
– Não denunciou ele?
– Não, não adiantava. Ele nunca ia preso e quem sofria mais era eu.
O último fato aconteceu no sábado passado (25/08/07). Em mais uma discussão por causa do ciúme, o “companheiro” de Maria pegou uma faca e colocou no pescoço dela (a marca você vê na foto-manchete) com outras ameaças de morte. Maria conseguiu se livrar do homem e foi até a “taberna” comprar ácido muriático, isso mesmo, ácido muriático.
De volta a casa ela jogou o produto no rosto do “parceiro” que no mesmo momento perdeu a visão (temporariamente) e teve parte da face deformada. Outra vez os dois foram parar na delegacia, mas nem ele, agressor, nem ela, que se igualou as práticas violentas, foram presos.
Maria trabalhou normalmente nesta segunda-feira (27/08/07).
Perguntei a ela se conhecia a lei Maria da Penha. Ela disse:
– Fiquei sabendo na semana passada, mas não entendi muito bem……
Funções do Ácido Muriático
O Ácido Muriático (muriático significa pertencente a salmoura ou a sal) também é conhecido como ácido clorídrico. O ácido clorídrico, na forma impura, ainda é vendido sob essa designação para a remoção de manchas resultantes da umidade em pisos e paredes de pedras, azulejos, tijolos e outros.
Os sucos digestivos humanos consistem numa mistura de ácido clorídrico e várias enzimas que ajudam a partir as proteínas presentes na comida.
Fonte: http://tiosam.com/
Obs.: infelizmente a história é real.