Um olhar diferente para a informação

Arquivo para maio, 2008

Amigo fura olho

No início da semana mencionei a bendita música do Latino, não sei se é o caso de clamá-la de música, mas o que desperta a atenção é a “profundidade da letra” e da história do material. Confesso que à primeira vista a música é esdrúxula, mas acredito ter sido a maneira mais louca de se mostrar o que acontece num relacionamento de casal ou de um triângulo amoroso.

A música funciona como uma espécie de diálogo entre dois amigos numa mesa de bar e o nome não poderia ser mais sugestivo: “amigo fura olho”. Sinta o drama.

(Amigo 1)“Quando as coisas têm que acontecer, elas simplesmente acontecem e a gente tem que compreender…Amigo é uma loucura, eu tô vivendo uma aventura castigada pelo amor. Um labirinto sair de onde o medo se converte em tanta dor. Vivo um triângulo”.

(Amigo 2) Amigo a relação com a minha mina nunca foi espinho e flor. Mulher perfeita toda uma beleza meiga luz do Arpoador e a minha vida tem cor, tem cor…

(Amigo 1) Amigo ela só quer me encontrar escondida alimentando esse amor. Mesmo sabendo que no fundo tenha dono quero ser seu protetor, vivo um triângulo.

(Amigo 2) Irmão, tu tem que lutar por amor

(Amigo 1) Não me aconselha isso por favor

(Amigo 2) O marido dela não manda em seu coração

(Amigo 1) Você não sabe um terço dessa confusão

(Amigo 2) Minha mina e eu somos felizes mas há umas matrizes, sei o que é o amor,
por isso te entendo, ela tem compromisso e você tem tem temor. Não desista amigo!!

(Amigo 1) Amigo ela já sabia que era loucura toda essa pegação, mas é que a carne falou bem mais alto que a nossa razão, vivo num triângulo

(Amigo 2) É o que eu falei
Se existe verdade esse sentimento tem que vencer e o marido dela querendo ou não terá que entender, alguém tem que perder.

(Amigo 1) Aí, irmão, a parada é entre nós. De amigo pra amigo, amigo de verdade conta tudo. Vou te dar uma idéia, amigo, foi mal, a minha atitude foi irracional.
Insistiu animal fora da lei, tanta tentação que eu não agüentei.
O papo é reto eu não vou te enganar, estou arrependido e não dá pra voltar
Amigo, perdão, faça o que quiser, mas eu te confesso, eu peguei tua mulher

(Amigo 2) O quê?

(Amigo 1) Saí com a tua mulher! Eu saí com a tua mulher!

(Amigo 2) Que Deus te perdoe, eu não vou perdoar
Em momento algum se pôs no meu lugar
Já que tudo era mentira quando ela me dizia que ía pra Maresias
Viajar com sua amiga me enganou
Você e ela numa cama fazendo amor
De Ilha Bela a Salvador quantos lençóis ela sujou
Desprezou nós dois

(Amigo 1) Amigo, quem mais sofre com tudo isso sou eu
Perdi um amigo pro fantasma da tentação
Perdão…

Até parece Nelson Rodrigues. Imagina só a situação, o teu amigo te convida pra um bar e começa a dizer de uma paixão enlouquecida por alguém e no final das contas esse alguém é a tua namorada, ou vice e versa. O pior de tudo é que a paixão já tem resultados que no mínimo deixam galhardas na cabeça alheia.

Mas a frase que diz muito e ao mesmo tempo não diz nada é quando o amigo traído, desolado pergunta: “quantos lençóis ela sujou?” É o tipo da informação inútil que só faz aumentar ainda mais o sofrimento.

Agora vai a pergunta? Você já furou o olho de algum amigo seu? Ser amigo fura olho é uma situação complicada, a primeira coisa que se perde é o amigo.

Mas pensando bem, existe algo pior do que ser um fura olho, é ter o olho furado por um amigo.

Veja abaixo o Clipe “Amigo fura olho”

Bom final de semana e bom dia das mães.

23º aniversário e alguns pensamentos

Depois de um longo e tenebroso inverno, o Blog do França está de volta, na verdade, depois de um mês. Um espaço de tempo muito longo para um Blog que se propunha a ser exatamente o contrário.

Depois da autocrítica, esse tempo afastado das letras e palavras foi de pouquíssima inspiração e muita chateação, mas isso, ainda bem, não importa. O que vale é que estamos de volta.

Nesse tempo em que mais observei do que falei, muita coisa aconteceu. Um padre sumiu, uma criança caiu, o Lula subiu, a terra tremeu e o trânsito mudou… É, muita coisa aconteceu em pouco tempo. Ah! Eu também fiz aniversário, meu 23º, no último dia 2.

Dias antes da data comemorativa, inicie uma enquete que me deixou um tanto intrigado com o jeito que tenho levado a minha vida. Conversei com pessoas bem mais experientes que eu e perguntei o seguinte:

– Quando você tinha 23 anos, o que você fazia da vida? O que pensava dela?

As respostas variavam de palavras, mas não de idéia. Todos foram unânimes em falar que com 23 anos a fase era de muita curtição, viagens e outras coisas mais que não posso tornar-las públicas, mas enfim, a idéia era de muita perdição.

Outra coisa que identifiquei foi a falta de preocupação que as pessoas tinham com o futuro. A expectativa de vida não era a do trabalho e sim de quantas pessoas se encontrariam no bar na sexta-feira seguinte.

Assim, as pessoas aproveitaram demais e hoje estão, digamos, “quietas” e bem de vida. Será que essa é a fórmula? Ou essa fórmula só dá certo para alguns? Ser muito certinho agora é bom ou como diria uma amiga: é estranho?

Das muitas coisas da vida que eu ainda não entendo, essa tem começado a ganhar padrões de preocupação em nível cinco, mas eu ainda tenho 363 dias dessa 23ª idade pra confirmar o que me disseram ou reescrever outras coisas. Quero ver onde isso vai chegar.

Nesse domingão, 04 de maio, pensei que coisas malucas já haviam chegado ao seu limite, mas eu estava errado. A conclusão é de que simplesmente temos muitos gênios na sociedade que não vão deixar de perpetuar pérolas como a música “Amigo fura olho”. Se você não tiver nada, nada mesmo pra fazer, escuta aí. Na quarta escrevo sobre essa obra prima histórica.

AMIGO FURA OLHO (demora um pouco pra começar)

Bom início de semana.

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