Um olhar diferente para a informação

Arquivo para outubro, 2007

Enquanto a berlinda passava

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Deixei para falar de Círio de Nazaré no final da festa, contrariando até amigos que me questionaram se ia ou não publicar uma matéria sobre a procissão, porque festa é boa no final. Muito bem, eis ela.

15 dias depois da procissão, as imagens ainda continuam vivas na memória, principalmente porque ela foram vistas no Círio, uma festa que por vocação é religiosa.

Logo cedo, na Boulevard Castilhos França, os promesseiros se preparavam para guardar o lugar na corda. Até aí tudo normal, o problema foi quando um rapaz, que aparentava ter seus 27 anos, chegou com uma garrafa de cerveja na mão dizendo: “pêra aí, essa parte da corda aqui é minha, ninguém toca nela não”. O cara disse isso bem perto de mim, eu devo ter tomado uns três copos de cerveja só nessa frase dele. Cambaleante ele sentou no chão e começou a chorar (quem bebe se arrepende dos pecados), pelo menos ela estava no lugar certo para rezar.

Depois que cheguei perto do altar, onde acontecia a missa, encontrei com uma turma de velhos amigos jornalistas, como sempre, conversamos e nem prestamos atenção na missa.
Quando Dom Orani (Arcebispo de Belém) levou a imagem para a berlinda, começou o corre-corre da imprensa, uns para tentar uma entrevista ao vivo ou um depoimento e outros para se posicionarem dentro do isolamento dos guardas, aí que foi o problema. Os guardas não liberaram a entrada, a procissão saiu sem que os jornalistas estivessem dentro do isolamento principal.

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Os primeiros duzentos metros de procissão foram rápidos, mas sem dúvida, foram os mais apertados da minha vida. Imaginem a cena: eu deste tamanho minúsculo sendo suspenso do chão e carregado. Entre os empurrões era comum se ouvir: “aí meu pé c……. ou então, eu vou morrer p………. Quando não eram os jornalistas reclamando, eram os homens do exército que diziam: “empurra essa p……… se não vai f…….. com a procissão”.

Bem perto do ver-o-peso uma cena mais que inusitada. Uma repórter fotográfica tentou entrar na área de isolamento, mas um guarda da santa impediu a passagem, pra quê? A mulher começou a gritar, se descabelou, quase esfrega o crachá na cara do guarda e ele não deixou. Nessa hora, os guardas aceleraram o passo e a fotografa tentou, num ato desesperado, entrar no isolamento, sem sucesso novamente. Diante da situação, ela incorporou o espírito Mick Tyson e começou a morder o braço do guarda, fiquei tão leso que nem me mexi. O guarda-vítima não podia fazer nada porque estava com os braços dados com os outros guardas. Eis que surge um guarda que estava perto da berlinda e gritou: “Deixa ela passar, é da imprensa”, pronto, abriram as comportas do céu. Mas a história não acabou aí. Depois, não satisfeita com o acesso, correu até as costas do guarda que a barrou e “deferiu” (profundo) um soco (se valendo das mãos dele estarem inutilizadas, no momento, para uma reação), fez até barulho. Tudo isso sob os olhos da padroeira.

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Na Avenida Presidente Vargas, um vendedor de cerveja gritava: “olha a cerveja, geladinha e hoje vem até com a benção da santa. É pra levar”. Fui falar com ele a respeito da lei seca que estava vigorando por conta do círio, pontualmente me respondeu o seguinte: “as pessoas tão mais bebendo do que rezando”, pronto, foi o suficiente para eu seguir meu caminho.
Por fim, o brega rolava solto nas esquinas por onde a procissão passava, as músicas eram as idéias para a ocasião: “quem vai querer a minha piriquita?”, “chupa safadinha, mete o pau e mete a máquina”.

É, na festa do Círio de Nazaré são mais de dois milhões de pessoas, mas muitas delas em festas paralelas e tudo acontecia enquanto a berlinda passava.

Altíssima elite

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É indiscutível que a mania “tropa de elite” pegou em todo o Brasil. Em Belém, não poderia ser diferente. Nas ruas, em qualquer lugar, a venda do DVD pirata do filme é a que mais sai.
O vendedor ambulante, Afonso Silva, de 28 anos que trabalha batendo perna nas ruas vendendo DVD pirateado disse que nunca vendeu tanto um filme falsificado como “Tropa”. “Cheguei a vender 45 filmes em um só dia, é impressionante a procura pelo filme. É um filmasso”, garante Afonso.

“Cheguei a vender 45 filmes em um só dia, é impressionante a procura pelo filme. É um filmasso” Afonso Silva, vendedor ambulante

Na semana passada, assistia um jornal na Rede Tv e vi a reportagem sobre a venda do filme “tropa de elite” no mercado pirata já passou de um milhão e meio de cópias. Na hora me perguntei: já estão contabilizando até a venda de DVD pirata?
E não pára por aí. Não basta ter apenas o filme falsificado, é preciso ter a segunda e a terceira versão dele também.

Andei pesquisando na internet e vi que no orkut existem comunidades (muitas) sobre o filme. Por exemplo, tem a comunidade “Eu vi tropa de elite pirata” ou então “Eu não vi tropa de elite pirata”. Já foram feitas até camisas sobre o filme pirata e estão sendo vendidas na internet.

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A história ta tão na boca do povo, que as expressões utilizadas durante o longa, são facilmente repetidas no dia a dia, exemplo, “ta com medinho 09?”, “você é um fanfarrão”. Quando não são as expressões, é a trilha sonora do filme que não pára de ser cantada: “Tropa de elite osso duro de roer, pega um pega geral, também vai pegar você”.

Confesso que já vi o filme pirata, é difícil resistir, mas a idéia principal é ir ao cinema, tem mudanças (não muito significantes) que dão um grau a mais no longa, o que de longe já é muito bom.

Um detalhe importantíssimo é que o filme foi baseado no livro “Elite da Tropa”, de Luis Eduardo Soares, Andre Batista e Rodrigo Pimentel. A obra que, por conta do filme teve até a capa alterada (no final da matéria um presente para você leitor).

Então é isso, é tropa de elite na cabeça, mas não no Oscar, quem sabe ano que vem.

Blog do França cresce e aparece

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nova logo do BLOG DO FRANÇA, uma das novidades

Em exatos quatro meses, o Blog do França já tem motivos de sobra para comemorar. Criado para ser um local em que pudesse se discutir um pouco do que é ou não notícia, ele acabou sendo criticado e elogiado por muitos, por muitos mesmo. Até agora já foram, segundo o painel de estatísticas do WordPress (local onde o Blog está hospedado), 5.441 visitas até a 9h 01min do dia 21 de outubro de 2007.

O Blog do França entrou no ar no dia 21 de junho de 2007. Já foram publicadas 26 matérias, nenhuma delas deixou de ter comentários dos leitores, para criticar ou ampliar o debate. No total, foram feitos 215 comentários. A média de acessos ao Blog é de 47 visitações diárias. Vale lembrar que o Blog não é atualizado diariamente e em nenhum dia deixou de ser acessado.

Falando em acesso, o Blog do França já foi visto, de acordo com o Google Analytics, em quatros países: Canadá, Alemanha, França e Portugal. Pelo Brasil, em mais de 30 cidades, entre elas: São Paulo (SP), Bragança Paulista (SP), Niterói (RJ), Curitiba (PN), Belo Horizonte (MG), Recife (PE), Castanhal (PA), Bragança (PA), Marabá (PA), além de outras.

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Novidades pela frente

Amanhã (22/10/07) inicia-se uma nova fase, será lançado o novo Blog do França. Com o apoio de uma equipe de 4 pessoas, (Marcelo Sundin, Eduardo Motta, Marlos Batista e Antônio Mokarzel), a direção do Blog pôde ter acesso à novas ferramentas que darão ao site (Blog) mais dinamismo.
A mudança não pára por aí. O Blog terá um novo endereço eletrônico, um novo domínio (amanhã você saberá o que é isso). Seções como a fotos serão ampliadas, você vai se vê aqui.
Aguarde, as novidades virão amanhã. Um excelente domingo.

Volta pra mim? Quem, eu?

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Nem sempre o cupido leva a melhor

Confesso que para escrever esta matéria, me inspirei em uma publicação do jornal Diário do Pará, do último Domingo (07/10/07). Falar de relacionamento é um tanto quanto complicado, ainda mais para essa pessoa que vos escreve.

Falar de ex relacionamentos é algo mais complicado ainda, principalmente quando se vive um novo. Mas o que dizer sobre a volta com os exs namorados.

Recaída, rapidinha, um flerte. São muitas as definições para essa volta, que a priore, pode causar espanto para muitos.

Conversando com uma amiga, pelo msn, ferramenta fantástica para confissões e momentos de abertura de coração, ela me dizia sobre o seu ex que havia feito um comentário, saudoso, para uma amiga em comum para os dois.

Pensando com os meus neurônios intrometidos, resolvi perguntar: O que passa na sua cabeça quando lembra dele?

A resposta não poderia ter sido melhor.
– Muito amor.

Pronto. A resposta foi suficiente para desarmar o entrevistador. Isso confirma uma tese, pelo menos para mim. Ninguém foi feito para muitas pessoas, cada um tem algum em especial à espera, não por uma coincidência, mas por sensações naturais.

Para entender melhor, é só imaginar assim: você namorou, por muito tempo, uma pessoa que não está dentro dos padrões de beleza, mas que te faz muito feliz. Por algum problema vocês terminam e o sofrimento não passou. Você aposta, com outra pessoa, que aparentemente e fisicamente é mais atraente, mas aí percebe, seja na hora do beijo, seja na hora do abraço, a “química”, os fluídos não são compatíveis, com isso vem o sofrimento e a separação. A situação toda é um prato cheio para cair, errante, na vida em que todo mundo não é de ninguém.

Por isso, é que muitos estão procurando voltar com suas exs. Mas não se enganem. Se o casal passar muito tempo separado e se reconciliarem, as atitudes não serão as mesmas. Por mais que sofrimentos tenham existido, existiram também outras pessoas, outros relacionamentos, outras decepções, portanto, a pessoa está diferente, mudada. O terreno não é mais o mesmo.

Voltar com a/o ex é um bom negócio?

Um padre ou um símbolo sexual?

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As duas fases do show. Do executivo ao esporte.

Se a pergunta (quem matou Taís?) ficou tão em evidência na semana que passou, o que dizer da visita do padre Fábio de Melo a Belém? Antes de qualquer tipo de comentário, deixo claro que estarei comentando apenas o que vi e ouvi, nada é fruto de uma imaginação fértil. Até gosto muito das músicas do padre e tenho a discografia dele, completa.

No último show que o sacerdote fez em Belém, domingo a noite do dia 30 de setembro de 2007, a Assembléia Paraense ficou pequena para tanta gente. Até aí tudo bem.

Fiz-me presente no show. Este já é o terceiro espetáculo do padre cantor que participo. É inegável o momento de espiritualidade e oração proporcionado, mas infelizmente não é só isso.

Não era só a mulher que fez esse escândalo, durante todo o show era possível ouvir gritos de “gostoso”, o que não tinha nada haver com um espetáculo, que a “priore”, é católico.

No domingo, bem ao meu lado, tinha uma senhora, que não sei o nome, que gritava dizendo que o padre era lindo, gostoso e todos os outros adjetivos possíveis para se dizer de um homem. Achou estranho? Bem, eu achei. Mas o que era ruim de ouvir ficou ainda pior. Pouco antes da metade do show, o padre, que mais parecia um executivo de paletó e gravata, mudou de roupa e ficou com uma camisa social e uma calça jeans, vestimenta suficiente para que a gloriosa mulher ao meu lado disparasse “agora sim. Ficou com jeitão de homem gostoso…..”

Não era só a mulher que fez esse escândalo, durante todo o show era possível ouvir gritos de “gostoso”, o que não tinha nada haver com um espetáculo, que a “priore”, é católico.

No carro, já no retorno para casa, conversava com alguns amigos que diziam sobre o momento de espiritualidade, mas confesso que não saia da minha cabeça a histeria de meninas de no máximo 18 anos se descabelando como se o padre fosse um pop star da vida.

Eu não sei se está certo, mas a evangelização pode estar tomando outros caminhos. Lembrando, não estou afirmando nada, apenas apresentando uma situação.