Um olhar diferente para a informação

O preço da liberdade

Há alguns anos li um texto de auto-ajuda que falava sobre a importância de dar valor ao que temos, ou melhor, ao valor que nós damos as coisas que perdemos. O texto dizia mais ou menos assim:

– Quer saber o preço de um amor? Pergunte a alguém que foi abandonado.
– Quer saber o preço da sua saúde? Pergunte a alguém que está muito doente.
– Quer saber o preço da liberdade? Pergunte a alguém que está preso.

Pergunte a alguém que está preso. Hoje essa frase ficou martelando minha cabeça e decidi fazer dela o meu retorno ao Blog, depois de três meses.

Passei a manhã desta terça-feira, 16 de setembro, no Tribunal de Justiça do Estado para cobrir o julgamento de 10 acusados de matar um agente da Polícia Federal em dezembro de 2002, na cidade de Almerim, oeste do Pará. Mas não é exatamente sobre o julgamento que quero falar, e sim as circunstâncias que me vieram a cabeça.

Depois de dois dias e mais de dezesseis horas de julgamento a sentença foi a seguinte: sete absolvições e três condenações. O resultado teve apoio até da promotoria que afirmou que o processo estava cheio de erros e por isso os sete réus precisavam ser libertos.

Mas agora é que vem o motivo deste post. Entrevistando um dos absolvidos ele disse:
– Fui preso injustamente, não pude ver meu filho crescer… (choro)…

Seguida dessa frase incompleta e que ao mesmo tempo disse tudo, veio um abraço na mãe que também chorava. Neste exato momento veio a frase: Quer saber o valor da liberdade? Pergunte a alguém que está preso.

Imagina o que é estar preso, injustamente (o que foi provado e reconhecido até pela acusação) durante quase seis anos, privado da liberdade, de ver o filho crescer, de poder ir e vir sem estar algemado ou dentro de um camburão.

Aquele choro, aquele abraço tinha pelo menos cinco anos de atraso, cinco anos de angústia.
Imagine o que é ficar preso por todo esse tempo e você sabendo que é inocente. Ao pensar nisso naquele momento, confesso que minha cabeça entrou em desespero.

Comentários em: "O preço da liberdade" (26)

  1. Muito bom o texto, André. Instigante. E aí a gente pensa: quem vai repor estes anos de humilhação, passados longe da família, sem fazer todas coisas que eu fiz, que você fez? A gente tem que acreditar em alguma coisa maior, pra concluir que nada acontece por acaso. Alguma recompensa eles vão ter na vida. Ou na morte.

    • bom aconteseu o mesmo com o meu marido i e orrivel ser condenado i nao poder faser nada
      ele foi preso injustamente i isso doi de mais em mim prq a jente tinha um monte de planos pra faser i foi tudo agua abaijo eu so peso a deus q os q fiserom issi aparesam prq e orrivel q te aconteca isso i tu nao ser o cupado so isso a libertade nau tem preso q cubra anos de amargura desilucao tristeca imposibilitado de faser alguma coisa avida pasa tudo pasa i eu ainda nao consigo acreditar q ele vai ficar 23 anos preso ele tem 31 purfabor quero justica pur eses q tm estam preso injustamente so isso.

  2. Rosana Eluan disse:

    Saudades de vc e do Blog…não deixe esse filho órfão…rsrsrs…tá? bjo grande

    Rosana Eluan

  3. Oi André,
    Bom Dia,
    Você é 10 li a mensagem muito linda e interessante,você é uma pessoa iluminada,

    Beijos,

  4. Muito interessante tua colocação, mano.
    Liberdade é um direito universal e não pode ser privada sem motivos…
    Abraços…

    PS: adcinona meu blog na tua lista!!!
    Abs

  5. André, quando a pergunta é complicada sempre procuramos algo bem mais forte para responder.
    Quando quisemos complicamos, e quando queremos descomplicamos.
    tenho fé que tudo em seu tempo terá um retorno positivo, a pessoa que nos amas irá nos proteger e recompensarmos.

  6. querido … carpe diem ! O amanhã pode ser diferente … temos que dar valor a tudo que Deus nos deu ! Bjs e saudade sempre !

  7. Oi André, como você está?
    Gosto muito do teu trabalho, a forma cmo você escreve…sou sua fã e já te falei isso.
    Bjos

  8. Deixe um comentário disse:

    “Imagina o que é estar preso, injustamente ”
    “…ficar preso por todo esse tempo e você sabendo que é inocente…”
    “…confesso que minha cabeça entrou em desespero…”

    As frases acima parecem muito distintas, misericordiosas, humanas, de uma “pessoa iluminada”…

    Mas tenho observado, que o ser humano só é benevolente quando obtém alguma vantagem, como por exemplo expor as outras pessoas, ações ou sentimentos de grandeza pessoal, humildade ou benevolencia, com o intuito de obter publicidade ou ganho pessoal. Uma atitude política a meu ver. Mas natural.

    Não acredito que uma pessoa diga ‘entrar em desespero’ pelo infortúnio alheio, salvo em casos de amizade ou parentesco. (Nao se inclua nesta frase)

    Claro ninguém é perfeito. Em algum momento da vida cometemos injustiças. O grave problema é a continuação, a persistência no erro.

    O que acontece é que as pessoas fazem [aliados ou inimigos] de acordo com a ocasião !!!!!

    HIPOTETICAMENTE: Um exemplo: se um bandido é teu amigo, conversa contigo, brinca e fala bem de ti, voce jamais irá depor contra o [crime do cidadão]. Ficará calado! Será cúmplice! E se tiver alguma participação, talvez como usuário ou como parente, defenderá e irá atacar o adversário do bandido, mesmo que o adversário do bandido seja um inocente.

    Vejamos:

    Hipoteticamente, eu posso citar, sobre um caso onde um funcionario com 25 anos de serviço público que trabalha, segundo o próprio funcionário DIZ, como “proxeneta”, tendo inclusive uma rede de prostituição com CATÁLOGO de fotos e clientes na própria empresa onde ele trabalha.

    Este cidadão que comete tal crime, faz inimizade contra um outro funcionário da empresa e o DIFAMA. Contando com apoio IMEDIATO de seus amigos antigos e os novos amigos de “ocasião”.

    O inimigo, (que é inocente), é hostilizado, humilhado e por fim, após 1 ANO de humilhações, decide defender-se procurando a JUSTIÇA do TRABALHO.

    A justiça repreende o GERENTE da época, mas após a ‘poeira baixar’, as humilhações são retomadas com o fato agravante de que os agressores nada sofreram. Pelo contrário, difaram, e encontraram APOIO de pessoas novas na empresa, que nem mesmo conehciam a história de vida do inocente.

    Isso é justo?

    Por acaso participar, mesmo que indiretamente, concordando com um sorriso, ou com um comentário maldoso, ou com um olhar insidioso de um processo de linchamento e desconstrução moral de um cidadão que nem ao menos se conhece, é justo?

    De fato o que podemos aprender disto é: nem pense em procurar justiça. Só vale a justiça para os ricos, os seus apadrinhados e “amigos de ocasião”.

    Esta é a comparação que faço com o caso citado pelo senhor. O cidadão inocente que foi preso era pobre não era? Não tinha amigos ou parentes poderosos não era? Foi julgado injustamente não foi? Não será indenizado pelo fato não é?

    Nada ou quase nada é justo para quem observa as coisas do lado de fora, tudo depende da ocasião ou do interesse, que pode ser até mesmo um “ingresso para fazer parte de um grupo”. Mesmo que esse grupo seja denominado: “Os agressores hostis da DESconstrução moral de um indivíduo”.

    O preço que se paga pela liberdade é muito maior do que voce imagina meu caro.

    Se por acaso voce tiver o azar de encontrar pela frente um cidadão que se alimenta do riso dos seus amiguinhos para ironizar, difamar, isolar, menosprezar, caluniar, assediar, não faça como o nosso amigo inocente, finja que as piadas são engraçadas, rebaixe-se, “seja humilde”, aja como eles determinarem, cale-se e nunca, jamais responda a uma agressão. Seja humilhado CALADO. Pude aprender isso…aliás, fiz questão de não aprender isso.

    Eu não me permito rir de algo que não acho engraçado, mesmo que isso atinja a “ânsia de platéia”, do agressor, mesmo que isso gere o ódio e as hostilidades, porque esse é o [preço da liberdade].

    O preço da liberdade é ter que enfrentar a covardia e o cinismo de bandidos, envolvidos em crimes amplamente conhecidos por todos em um lugar qualquer, travestidos de funcionario público, que te difama e mesmo assim encontra CUMPLICES em todo lugar. Cúmplices porque ignoram os crimes do bandido para difamarem um inocente.

    Não se acende uma vela para o criador e outra para o diabo. Não se pdoe posar de pessoa do bem quando se é cúmplice de injustiças.

    Para que não aja dúvidas sobre qualquer palavra acima, eu explico que apenas dissertei sobre a injustiça que foi vítima o cidadão preso a uma analogia HIPOTÉTICA.

    Obrigado.

  9. Regina reis disse:

    Oi Andre, gostaria de expressar todo meu apreço por você ,acho seu trabalho fantastico,todos os dias assisto suas reportagens sou sua fan.

    Desejo de todo corção que você seja feliz na profissão escolida.

    beijos……

  10. Helena Saria disse:

    Muito bom França, como sempre…tô sempre por aqui conferindo as novidades…como tá lá na Record??

    Manda notícias…

    Beijos.

  11. Isso é consequencia de uma INVESTIGAÇÃO POLICIAL errada. Gostaria de ver uma reportagem sobre esse assunto. Percebi que a policia trabalha errado quando participei do Tribunal do Juri.
    Gostei muito de sua mensagem.

  12. Antenor Cavalcante disse:

    Meu caro gafanhoto, pergunte ao Daniel Dantas que ele te diz o preço da liberdade, hahahahaha

  13. Gostaria de denunciar o cidadão que fez o comentário das 5:54pm, que se intitulou “Anternor Cavalcante”.

    A denúncia diz respeito ao uso da infraestrutura e da tecnologia da empresa para ACESSAR todos os links navegados pelos usuários da empresa e o conteúdo dos diretórios, assim como senhas e texto escrito por qualquer pessoa que esteja nesta rede.

    Isso é crime.

    Tal rapinagem, safadeza e sujeira, não poderia jamais ser motivo dos risos histéricos que “eles”(as) costumam “soltar” quando estão juntinhos(as) na sala que controla os acessos em uma atitude homoafetiva.

    Eles costumam “se rasgar” quando riem, ao vasculhar os links que os empregados acessam na empresa.

    Rir e acusar alguém de espionagem eles sabem, mas pergunta pra eles se eles admitem ESPIONAR todos os computadores da empresa.

    Isso todos deveriam saber.

  14. ELISANGELA FERNANDES disse:

    Tenho acompanhado suas matérias e é vísivel o seu talento,inclusive esse julgamento,fico pensando como ficou a cabeça desses inocentes durante todo esse tempo,os sonhos perdidos,o filho que o rapaz não viu crescer e como será daqui pra frente,não consigo nem imaginar a dor no corção dessas pessoas e enfim a liberdade.
    E agora uma pergunta pra você André: você consegue não se envolver emocionalmente nas matérias que você faz? Um jornalista consegue ser totalmente neutro?
    Também sou sua fã sabes disso,amo o jeito que escreve,como se estivesse batendo um papo com quem estiver lendo.
    BEIJOS,SUCESSO E MUITO TRABALHO. MENINO LUZ.

  15. Eita que eu não sabia que esse blog era tão disputado… quase que não consigo comentar! heheheheheh

    Boas indagações, André! Passa lá no meu depois.

    Abs!

  16. Nazaré Oliveira Araújo disse:

    Oi André.
    Mas uma vez você escolhe um tema instigante e interessante.
    A liberdade é algo tão importante que o próprio Deus ao nos criar nos outorgou com o “livre arbítrio”, ou seja com liberdade de escolha.
    Nós seres humanos somos dotados dos melhores dons, os melhores talentos e muitas das vezes em nossas escolhas optamos pelo “duvidoso”.
    Tudo o que induz à dúvida é perigoso, prejudicial, por isso é sábio de nossa parte: Na dúvida o melhor é não fazer, não tomar determinadas atitudes, que poderão nos prejudicar e muito.
    Fazermos escolhas é um ato de coragem, e não é pra qualquer um.
    Devemos ter bom senso até para viver no dia-a-dia, ao acordarmos, ao sairmos de nossa casa, devemos escolher antecipadamente o que vou fazer de bom e salutar…
    Como posso contribuir positivamente para que este mundo possa melhorar, e, agindo assim, possamos, como o “beija-flor”, não apagar todo o incêndio, mas, pelo menos, dar a contribuição pessoal.
    É só de sua parte que você vai prestar contas.
    Quem somos nós para julgarmos qualquer pessoa?
    Deus não está dormindo para as injustiças, isso eu tenho absoluta certeza.
    Amigo te desejo crescimento profissional, amadurecimento pessoal e muito sucesso em sua vida.

  17. “Aquele choro, aquele abraço tinha pelo menos cinco anos de atraso, cinco anos de angústia.
    Imagine o que é ficar preso por todo esse tempo e você sabendo que é inocente. Ao pensar nisso naquele momento, confesso que minha cabeça entrou em desespero.”

    Vc é livre a partir de sua mente, somente nós mesmos somos responsáveis pelo rumo que a nossa vida vai tomar. E nada, realmente nada acontece por acaso neste mundo.

  18. “E nada, realmente nada acontece por acaso neste mundo.”

    No início era uma sopa primordial, logo as moléculas uniram-se e organismos simples apareceram. Ao longo de milhares de anos mutações geneticas e a seleção natural permitiram que voce escrevesse hoje o texto das 3:39 am.

    Portanto meu caro gafanhoto…tudo acontece neste mundo por acaso. E o acaso é responsável pelo rumo da sua vida.

    De nada.

  19. ALINE (CASTANHAL) disse:

    MUITO BACANA A NOVA CARA DO SEU BLOG!
    SEMPRE MUITO INFORMATIVO.
    VOCÊ É MEU JORLANISTA PREFERIDO,COM TODO RESPEITO É CLARO.
    BEIJOS, SUCESSO,SEJA FELIZ EM SUA PROFISSÃO. 🙂

  20. Danielle Redig disse:

    Estás sumido…

  21. É foda isso veio… mas em todo lugar existem erros e infezlimente muitas vezes temos apenas a opção de tentar arrumá-los, mesmo quando já afetamos a vida de outras pessoas de forma irreversível.

    Abraços André!

  22. Caro André, sei que você anda muito ocupado, mas arruma um tempinho pra atualizar o seu blog, ok? Ele é muito bom e estou sentindo falta de novidades!

    Um abraço.

    Antenor Cavalcante
    Rede Globo

  23. Maria do Livrameno Nascimento França disse:

    Oi, André.
    Estava lendo o jornal e fiquei curiosa a seu respeito. Minha família também é França e grande parte vive em Ananindeua. Eu vivi muito tempo em Bragança, hoje vivo em SP e tenho um sobrinho que também é André França, que mora aqui em Sampa. Estou com saudades da terra e vou te usar prá desejar um bom Círio e que NS de Nazaré abencoe a todos nós. Boa Festa para todos.

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