Um olhar diferente para a informação

Arquivo para setembro, 2007

Quem matou a Taís?

quem-matou-tais.jpgA turma reunida em frente a minúscula tv. Detalhe no rosto de concentração da professora Ivana (com pasta verde na mão)

Essa pergunta foi o tema de muitas conversas nas últimas semanas. Ontem (28/09/07) o questionamento foi respondido em alto estilo: no último capítulo da novela Paraíso Tropical. Tive certeza de uma coisa: novela boa só é boa na última semana. Para saber de todo o resto, basta se interar do que acontece com que está assistindo desde o início e sabe da trama.
Mas o post de hoje é para falar do que vi durante essa última hora de novela no capítulo final.

Depois de uma “prova barra” que não tive (isso foi fundamental para que eu acompanhasse o último capítulo), fui até o laboratório da universidade, chegando lá vi um montinho reunido, pensei que fosse briga, já ia fotografar e escrever uma matéria para o blog, mas logo depois percebi que o monte tava apertado demais e não teria espaço para ser uma briga. Me aproximei e vi que estavam diante de um minúsculo, mas minúsculo mesmo, aparelho de tv de 7 polegadas (eu acho) que ainda era preto e branco.

“Eu esperei por essa noite uma semana….”

Olhos vidrados na tela e detalhe, o horário era de aula e aula da professora Ivana. Segundo ela, o fato de assistir a novela não mudava em nada o caráter da aula, pois eles estavam aplicado Canclini na observação do desenrolar da história (a professora é quem manda né?)

Não resisti e fiquei lá também, tá certo que foi numa posição nada estratégica, mas consegui ver uma parte da imagem chuviscada da pequena tv.

Logo em seguida, o estúdio do laboratório virou uma grande sala de aula e todos os telespectadores, opa, quer dizer, alunos, foram para lá, eu me entrosei logo e segui a procissão. O mais engraçado foi a professora aproveitando os intervalos comerciais para fazer toda uma análise da novela para os alunos.

Depois que descobriram quem foi o assassino da gloriosa Taís, todo mundo da sala se levantou e foi embora, como se a novela tivesse terminado, olhei para um lado, olhei para o outro, vi a hora e disse: é, deixa eu ir também, vou ver a reprise amanhã. “Eu esperei por essa noite uma semana….”

A feira sem o livro

feira-do-livro.jpgOs estantes se preparando para receber a feira

Faltando pouco mais de dois dias para o início da 11ª edição da feira Pan Amazônica do Livro, o Blog do França teve acesso às instalações que estão sendo preparadas para o evento. Para quem vive em Belém não é novidade nenhuma saber que a feira será realizada no Hangar – Centro de Convenções e Feiras da Amazônia, a questão toda é saber o que esperar da feira desse ano.

Confesso que logo ao entrar no salão principal do Hangar percebi que o espaço para os expositores havia diminuído, não sei se isso realmente aconteceu, mas sensações são sensações.

“A feira vai ficar bonita e eu vou poder descansar”. Disse Dona Eliete

Caminhando pelos estandes encontrei com uma pessoa de história interessante. Dona Eliete Pinheiro trabalha na preparação para a feira do livro há 8 anos, ou seja, conhece bem como funcional as coisas por lá. Ela me disse que o novo espaço tem vantagens e problemas. “O Hangar é lindo, mas os estandes estão menores esse ano, mesmo assim acredito que o evento dê certo”.

O que me chamou atenção foi que Dona Eliete, há pelo menos 2 semanas, está trabalhando de 8 da manhã as 8 da noite, sem folga, nem finais de semana, mas ela se sente recompensada. “A feira vai ficar bonita e eu vou poder descansar”, finalizou.

Outro detalhe que chamou atenção foi o cartaz da feira. As cores ficaram confusas no material. A bandeira de Cuba, o país homenageado este ano e o rosto de Che Guevara chamam mais atenção que o nome e as informações do evento. Ficou estranho.

Kamasutra nas peregrinações

Depois de algum tempo sem publicar nenhum texto hoje volto com uma situação no mínimo inusitada.
Na última terça-feira (11/09/07) aconteceu, na minha casa a já conhecida peregrinação por motivo da preparação para o Círio de Nossa Senhora de Nazaré. Todos os anos a história se repete, assim como se repete a fisionomia das pessoas que participam do momento, todas com aspectos de cansadas e balbuciam as mais de 50 Ave Marias que rezam.
Minha mãe, católica que é e devota de Nossa Senhora, sempre deixa a casa arrumada, cria todo um ambiente para receber bem as visitas e a imagem da padroeira que chega em procissão.
Velas acesas, imagens de santos, toalha limpa, casa iluminada. Tudo está pronto para a chegada da tropa. Só que esse ano os preparativos tiveram um toque diferente.

“Na embalagem do produto diz o seguinte: Este incenso deve ser usado para criar um clima de sedução para a companheira……”

Mamãe adora incensos, eles deixam a casa perfumada e para quem acredita, trazem harmonia. Ela acendeu um para criar aquele clima de oração. O único problema era que, só eu tinha incenso em casa e o meu incenso não era muito cristão. O incenso que minha mãe usou para perfumar o ambiente foi o Kamasutra Homem…… Na embalagem do produto diz o seguinte: Este incenso deve ser usado para criar um clima de sedução para a companheira……
Pois bem, na “reza” em casa participaram, em 98% das pessoas, senhoras bem idosas. Se juntarmos a idade de 15 delas temos, facilmente, mais de 800 anos, ou seja, pessoas já experientes. Fiquei pensando com os meus botões: Será que aconteceu alguma coisa depois? Será que alguém foi tocado pelo espírito do Kamasutra? Acho melhor eu nem perguntar, essas coisas são, digamos, sigilosas.